17.5.06

02/03/2006

Carnaval, carnaval...

Noticiário em época de carnaval é sempre a mesma coisa. Tudo bem, são produzidas notícias distintas a cada ano. Afinal, ao menos as Escolas de Samba geram novas reportagens. Entram na avenida com novo enredo, com novos problemas técnicos, novos acidentes, novas madrinhas de bateria...

Todavia, algumas matérias parecem apenas reeditadas. É o caso dos roteiros alternativos para quem prefere sossego no carnaval ou outras matérias de comportamento. Em editoria policial, pouca coisa varia além dos números. Crimes, acidentes, reforços nas ruas, barreiras nas principais estradas, blitz preventivas, dicas de segurança, etc.

Meu carnaval rendeu “matérias” bem diferentes dos anos anteriores. Fiquei em Belo Horizonte, longe de qualquer tumulto, marchinhas, axé, desfiles. Acompanhado por amigos, fiz minha folia. E dá-lhe cachaça!

Para finalizar o carnaval, fechamos com chave de ouro, ou melhor, bebida de ouro extremamente gelada! Fizemos um churrasco em minha casa. Na terça, pela manhã, fomos cedo comprar as carnes e as cervejas. Não passavam de dez horas. Vivi, David, Jéssica e eu saímos de minha casa em direção ao supermercado.

A cerca de três quarteirões, eu falava ao celular quando percebi que estávamos sendo assaltados. Dois meninos (tinham cara de, no máximo, 14 anos cada um) mandavam a gente encostar no muro. Um deles com a mão sob a bermuda, demonstrando que estava armado. Coisa nenhuma. Ao perceber que todos continuavam andando sem dar importância a eles (detalhe, como eu falava ao celular um pouco a frente de todos, custei a perceber o que acontecia!), o que parecia armado mandou o outro “pegar” a Viviane. Foi aí que percebi o assalto, pois o David gritou “encosta nela pra você ver”, e foi andando em direção a eles, enfrentando os dois. Resultado: os pivetinhos saíram correndo rua a baixo.

Passado o susto, demos boas gargalhadas.

Enfim, churrasco assando, cerveja estupidamente gelada, Isa dando o ar de sua graça com o violão, vovô tomando uma e batendo altos papos com a galera. Tudo perfeito. Só estava faltando a caipirinha. Não tinha gelo. Viviane e a irmã resolveram, então, ir em casa buscar gelo e comprar alguns abacaxis.

Passada meia-hora, toca o telefone. Viviane toda assustada porque a Patrícia bateu o carro. Acidente tranquilo, ela não se feriu e apenas a seta do carro foi quebrada. O problema era o outro carro envolvido: viatura 10272 da PM. Fala sério! Com tanto cachaceiro andando de carro no carnaval, ela tinha que bater justo nos “omi”!?

Lá fui eu atrás das meninas, com uma lata de cerveja na mão. Chegando no lugar, a revolta: CINCO viaturas paradas no local. Pouco depois, duas foram embora e ficaram três, a que estava envolvida no acidente e outras duas. SEIS policiais parados enquanto centenas de delitos estavam sendo cometidos e, provavelmente, os dois pivetinhos ainda tentavam aprontar nas ruas do bairro.

O PM assumiu o erro. Ele não parou no cruzamento onde a preferência era de quem subia a outra rua.. Porém, acordaram cada um assumir o seu prejuízo. A Paty teve que concordar porque ela estava em situação complicada.. Está usando um aparelho ortopédico, Sarmento, que ela não poderia usar para dirigir.

Impressionante como um boletim de ocorrências na mão de um policial parece ser bem maior, quase interminável. Ficamos mais de duas horas esperando a perícia. Minha revolta crescia a cada minuto. SEIS policiais parados a toa. E eu sem nenhuma latinha de cerva para relaxar.

Enfim, a perícia chegou e em menos de cinco minutos fomos liberados. Inclusive os SEIS policiais foram liberados. Eram cerca de 15h20 e todos largavam serviço às 15. O acidente foi por volta de 13h15. REVOLTANTE!

O churrasco continuou. Mais gente chegou, a caipirinha saiu, a cerveja acabou, compramos mais cerveja, a Isa tocou violão, eu também toquei, David e Jéssica brigaram, a cerveja acabou, compramos mais cerveja novamente, e... Sinceramente, não me lembro de mais nada!!!

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