Desde criança, tomo o cuidado de NÃO andar sempre na linha.
Por quê?
Porque chega uma hora em que o trem passa, então não corro o risco de ser atropelado. Mas jamais me
afasto muito dos trilhos, pois tenho receio de perder o rumo certo.
Sou
mais lírico que lúdico;
mais homem que menino;
mais pai que filho;
mais sensato que insano;
mais eu que você.
Prefiro
o profano que o sagrado;
o campo que a praia;
a aurora que o alvorecer;
o cinema que o teatro;
a música que a dança;
o livro que a TV.
Não é só isso. Ou melhor: não sou apenas isso. Toda vez que releio esta minha auto-descrição tenho certeza que falta alguma coisa. Na verdade, falta muita coisa.
No primeiro post do Solilóquios, no qual revelo o objetivo da criação deste espaço, cito um trecho do texto “Passagem das Horas”, do Fernando Pessoa. Esse texto me descreve completamente. Ouso dizer que Pessoa o escreveu pensando em mim, de tão fidedigno que é. Ele apenas inventou a viagem à África porque, de resto, sou exatamente como descrito.
Sempre que penso nessa questão (“quem sou eu?”), relembro os meus 17 anos. Que saudade daquela época... As vezes acho que naquela idade eu era realmente o que sou. Noutras, porém, sinto que eu era o que queria (e ainda quero) ser.
Toda essa “viagem” rende um post muito minucioso. Ainda quero fazê-lo, não para que os leitores (pouquíssimos, por sinal) deste blog me conheçam, mas para que me sirva como peça - ou instrução - do quebra cabeça que é a minha cabeça (quanta redundância, meu Deus!).
Vida corrida; um certo “frisson” pelas perspectivas próximas; muito receio pelos mudanças vindouras; saudade dos tempos felizes – o passado é sempre melhor; e aquela certa insanidade (que até que me faz bem) também.
Ouvindo:
Insensatez – Vinícius de Morais e Tom Jobim
Voz: Mônica Salmaso
Ah, insensatez que você fez
Coração mais sem cuidado
Fez chorar de dor o seu amor
Um amor tão delicado
Ah, por que você foi tão fraco assim
Assim tão desalmado
Ah, meu coração, quem nunca amou
Não merece ser amado
Vai, meu coração, ouve a razão
Usa só sinceridade
Quem semeia vento, diz a razão
Colhe sempre tempestade
Vai, meu coração, pede perdão
Perdão apaixonado
Vai, porque quem não pede perdão
Não é nunca perdoado
8 comentários:
Faz bem lembrar do tempo em que a gente era feliz e sabia. Ao invés de nostalgia, melhor que as boas lembranças sirvam de inspiração para o futuro. Afinal, quanto mais a gente se conhece, mais capaz a gente se sente de guiar os próprios passos pelos labirintos e alçapões da vida (mesmo aqueles que não têm jeito de se fugir).
Ao contrário de você, espero passar dos 70 anos e, mais ou menos nesta época, vou contratar alguém pra escrever minha biografia. Isto porque escrever sobra si próprio é uma tarefa ingrata, cujo resultado quase nunca agrada ao autor. Se o “si próprio” tem cabecinha de miojo, então...
Se você contrariar sua lógica “Álvares de Azevedo” e viver até lá, já tem serviço garantido, então. Enquanto isso, sugiro que subverta esta lógica do “passado é sempre melhor” e, se necessário, aproveite esta sua insensatez que nem todos têm a sorte de possuir.
Faz bem lembrar do tempo em que a gente era feliz e sabia. Ao invés de nostalgia, melhor que as boas lembranças sirvam de inspiração para o futuro. Afinal, quanto mais a gente se conhece, mais capaz a gente se sente de guiar os próprios passos pelos labirintos e alçapões da vida (mesmo aqueles que não têm jeito de se fugir).
Ao contrário de você, espero passar dos 70 anos e, mais ou menos nesta época, vou contratar alguém pra escrever minha biografia. Isto porque escrever sobra si próprio é uma tarefa ingrata, cujo resultado quase nunca agrada ao autor. Se o “si próprio” tem cabecinha de miojo, então...
Se você contrariar sua lógica “Álvares de Azevedo” e viver até lá, já tem serviço garantido, então. Enquanto isso, sugiro que subverta esta lógica do “passado é sempre melhor” e, se necessário, aproveite esta sua insensatez que nem todos têm a sorte de possuir.
É! As vezes me pergunto também quem sou, se realmente sou isso que aparento, ou se me camuflo totalmente perante a sociedade e só serei eu no momento em q estiver só!
As vezes também me sinto como se não soubesse quem sou e vivesse assim carente e perdida pra tentar descobrir o porque e o pra que das coisas,e ah! Sim, claro, o dia que eu conseguir descobrir, aí sim serei feliz!!!!
Dan, te adoro moço!!!
Bjs
Como sempre me surpreende neh
Outubro | 2006
Embratel apresenta Terça Insana - Ventilador de Alegria
6, 7 e 8 de outubro
Horário:
sexta e sábado às 21h
domingo às 19h
Preço:
Sexta- Inteira R$50,00 Meia R$25,00
Sábado e Domingo - Inteira R$60,00 Meia R$30,00
Ta aih dan!!
Te disse q te falaria, então ta aih
bjs
Quão profundo um ser humano pode ser? Acho, que tão profundo como as palavras imaginadas e relatadas pelo dono desse blog. As coisas da vida são tão mais palpáveis quando escritas por você, que até parece que tudo é menos complicado de se resolver. Claro que minha mente limitada, em certos assuntos, não consegue refletir a magnitude de seus pensamentos quase inimagináveis. Gostaria de encarar certas coisas com a saudade e beleza que você afirma sempre que escreve. A alma fala quando é aberto um novo post no solilóquios. Às vezes não consigo ver o mundo dessa forma lírica e bela. Deixo aqui mais um comentário simples, mas com muito prazer, da minha parte, de ser escrito. Declaro meu amor e admiração por você, meu poeta preferido dentre todos os poetas.
Antigos 17 anos, acredito que com meus velhos 17 anos eu era mais lúcido, menos ator, mais previsível, porém, menos original! Legal ter uma duvidosa indentidade! Abração
Obs: Ser ou não ser? This is the question!
"Viajei por mais terras do que aquelas em que toquei...
Vi mais paisagens do que aquelas em que pus os olhos...
Experimentei mais sensações do que todas as sensações que senti..."
E o que é viver, senão isso?!
=)
Beijos! ;)
ola :)
nunca soube escrever um "about me"...
pedi pra um amigo escrever, mas qdo li, achei q nem era eu...
:/
beijo beijo!
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