1996: Quando eu tinha 12 anos
Quando eu tinha doze anos eu era um moleque. Judiava dos meus priminhos; pregava papel higiênico molhado no teto do banheiro da escola; fazia guerrinha de papel em sala de aula; guardava o dinheiro da merenda para comprar revista de mulher pelada; dividia meu tempo livre entre o video-game e o banheiro.
Quando eu tinha doze anos ainda me divertia nas brincadeiras com meus colegas, também moleques. Lutar jacarezinho (brincadeira inspirada em uma disputa de força de tradição indígena); jogar ranca; esvaziar pneu de carro; tocar campainha e sair correndo; assustar a “bruxa do 71” (quem nunca teve uma vizinha dessas?!) com revólver de espuleta; ficar na rua até de madrugada brincando de pique-esconde.
Quando eu tinha doze anos eu tinha sonhos de menino. Viajar pelo mundo a bordo de um zepelim era uma de minhas fantasias. Sem falar no desejo de que o tempo passasse rápido, para que eu deixasse de ser um menino e, já com 20, 21 ou 22, pudesse ser independente, auto-suficiente e não mais um “pré-aborrecente”.
Ainda quando eu tinha doze anos conheci minha primeira namorada. E junto a ela descobri uma série de sentimentos que, até então, desconhecia. Inclusive comecei a achar que todas aquelas brincadeiras eram coisas de moleque, pois já me julgava um rapazinho.
Quando conheci minha primeira namorada eu suava frio toda vez que nos encontrávamos; ficava encabulado sem saber até que ponto eu podia tocá-la; gaguejava muito para conseguir dizer que estava apaixonado; tremia toda vez que ia até sua casa, imaginando como seu pai me receberia.
Com doze anos, quando tive minha primeira namorada, me aborrecia com o namoro às escondidas; me preocupava muito com o que ela pensava a meu respeito; sofria procurando compreender o que ela sentia por mim; imaginava que seria a única mulher de minha vida.
Quando eu tinha doze anos e desejava ter logo mais de 20, jamais imaginava que aos 22 eu sentiria saudades daquelas brincadeiras; que ainda sonharia com um passeio de zepelim; que teria namorado com outras mulheres e me relacionado com outras tantas; que já teria uma filha; e, principalmente, que não saberia, novamente, como agir ao lado de uma mulher, feito um “pré-aborrecente".
Post escrito em 21/04/06 às 11:30
Quando eu tinha doze anos eu era um moleque. Judiava dos meus priminhos; pregava papel higiênico molhado no teto do banheiro da escola; fazia guerrinha de papel em sala de aula; guardava o dinheiro da merenda para comprar revista de mulher pelada; dividia meu tempo livre entre o video-game e o banheiro.
Quando eu tinha doze anos ainda me divertia nas brincadeiras com meus colegas, também moleques. Lutar jacarezinho (brincadeira inspirada em uma disputa de força de tradição indígena); jogar ranca; esvaziar pneu de carro; tocar campainha e sair correndo; assustar a “bruxa do 71” (quem nunca teve uma vizinha dessas?!) com revólver de espuleta; ficar na rua até de madrugada brincando de pique-esconde.
Quando eu tinha doze anos eu tinha sonhos de menino. Viajar pelo mundo a bordo de um zepelim era uma de minhas fantasias. Sem falar no desejo de que o tempo passasse rápido, para que eu deixasse de ser um menino e, já com 20, 21 ou 22, pudesse ser independente, auto-suficiente e não mais um “pré-aborrecente”.
Ainda quando eu tinha doze anos conheci minha primeira namorada. E junto a ela descobri uma série de sentimentos que, até então, desconhecia. Inclusive comecei a achar que todas aquelas brincadeiras eram coisas de moleque, pois já me julgava um rapazinho.
Quando conheci minha primeira namorada eu suava frio toda vez que nos encontrávamos; ficava encabulado sem saber até que ponto eu podia tocá-la; gaguejava muito para conseguir dizer que estava apaixonado; tremia toda vez que ia até sua casa, imaginando como seu pai me receberia.
Com doze anos, quando tive minha primeira namorada, me aborrecia com o namoro às escondidas; me preocupava muito com o que ela pensava a meu respeito; sofria procurando compreender o que ela sentia por mim; imaginava que seria a única mulher de minha vida.
Quando eu tinha doze anos e desejava ter logo mais de 20, jamais imaginava que aos 22 eu sentiria saudades daquelas brincadeiras; que ainda sonharia com um passeio de zepelim; que teria namorado com outras mulheres e me relacionado com outras tantas; que já teria uma filha; e, principalmente, que não saberia, novamente, como agir ao lado de uma mulher, feito um “pré-aborrecente".
Post escrito em 21/04/06 às 11:30
Nenhum comentário:
Postar um comentário