"Cantando a gente inventa. Inventa um romance, uma saudade, uma mentira...Cantando a gente faz história.Foi gritando que eu aprendi a cantar: sem nenhum pudor, sem pecado.Canto pra espantar os demônios, pra juntar os amigos.Pra sentir o mundo, pra seduzir a vida..." (Cazuza)
Eu também canto. Canto para criar sonhos, imaginar lugares, idealizar amores. Reviver momentos felizes, recordar ocasiões difíceis. Canto para lembrar e para esquecer. Afastar meus demônios e, por vezes, chamá-los de volta. Só não canto para reunir os amigos, porque minha voz... Dispenso comentários!
Como disse em post anterior, minha maior frustração é não ter dom para a música. Queria saber compor. Harmonizar Mi em escala de Fá, Dó em escala de Sol, Si em escala de Ré. Sonorizar poemas, musicar textos. Compor.
Música faz parte do meu dia-a-dia. “Cotidiano” para acordar, “Vagabundo” para despertar, “Paquetá” para relaxar, “Menina da Lua” para dormir. “Black Dog” quando a tarde está cansativa, “Blues da Piedade” quando bate a vontade de mandar todo mundo pra...
“Brushfire Fairytales” se é preciso criar um clima. “Frisson” quando bate saudade. “Choro Bandido” se é necessário me confessar. “Com Você Meu Mundo Ficaria Completo” para me declarar. “Não Enche” para um dar um fora ou “Esta” para dizer que meu coração já tem dona.
Poderia citar todas as músicas que gosto, que me inspiram. Ou, ainda, fazer referências à todos os compositores e intérpretes que admiro. Melhor não pecar pelo exagero. Além disso, alguns ficariam esquecidos e não acho isso justo.
Assim, farei menção especial a apenas um compositor, minha mais recente “descoberta”: Marcelo Camelo, do Los Hermanos. Digo nova descoberta porque, apesar de já conhecer o Los Hermanos (limitado a “Ana Júlia” e “Primavera”) há mais tempo, somente agora pude conhecer melhor as composições da banda.
Carioca, 28 anos, graduado em Jornalismo pela PUC, revelou seu talento na música. E que talento! Não é à toa que das 13 faixas do primeiro álbum de Maria Rita, quatro são de autoria de Camelo. Estou, realmente, admirado com o trabalho dele.
Ano passado assisti ao show de lançamento, em BH, do quarto álbum do Los Hermanos. “4” apresenta um repertório repleto de samba, em estilo próprio, e belíssimas letras. O show foi péssimo. A acústica estava horrível. Mas o CD é imperdível.
E já que não tenho o dom da música, me valho da melodia alheia!
Ouvindo:
Todo Carnaval Tem Seu Fim - Marcelo Camelo
Los Hermanos
Todo dia um ninguém josé acorda já deitado
Todo dia ainda de pé o zé dorme acordado
Todo dia o dia não quer raiar o sol do dia
Toda trilha é andada com a fé de quem crê no ditado
Mas o dia insiste em nascer
Mas o dia insiste em nascer
Pra ver deitar o novo...
Toda rosa é rosa por que assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
É o fim, é o fim
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz
Toda banda tem um tarol, quem sabe eu não toco
Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco
Toda escolha é feita por quem acorda já deitado
Toda folha elege um alguém que mora logo ao lado
E pinta o estandarte de azul
E põe suas estrelas no azul
Pra que mudar?
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz
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