17.5.06

06/02/2006

O HORIZONTE MAIS BELO DAS MINAS GERAIS





Uma Cidade jovem. Projetada especialmente, no final do século XIX, para sediar a nova capital de Minas Gerais, Belo Horizonte, com 330 km² e cerca de 2,5 milhões de habitantes, é hoje uma das principais metrópoles do país. Além de possuir características de uma grande capital a cidade preserva, ainda, lembranças da época de sua inauguração e a mineiridade das cidades interioranas do Estado.

Uma ligeira caminhada pela avenida principal do centro da cidade, a Afonso Pena, ou uma rápida passagem pelo terminal rodoviário são suficientes para perceber que se está em uma grande metrópole. Sotaques distintos, estilos variados, diversas etnias, trânsito intenso, pedintes, meninos de rua e, como não poderia deixar de ser, ritmo acelerado dos ponteiros de todos os relógios.

A área territorial da cidade parece pequena se comparada, por exemplo, à cidade de São Paulo com seus 1.509 km², mas abriga grande diversidade de espaços que parecem se interagir. Na Praça da Liberdade, onde se localiza o Palácio do Governo, por exemplo, há a mistura entre a arquitetura dos palácios do início do século XX, a ousadia das obras de Oscar Niemayer e o clima de cidade do interior sugerido pelos bancos ao redor do coreto da praça.

O servidor público aposentado Augusto Antônio dos Anjos, 87 anos, recorda-se emocionado da época em que BH começava a crescer: “Nós brincávamos na rua até a madrugada. Todas as casas tinham pomares e quase não se via um carro passar nas ruas”, comenta. Morador do bairro Santa Tereza, um dos mais tradicionais da cidade, senhor Augusto relembra, sentado em frente a igreja matriz, sua juventude, as paqueras na praça, as brincadeiras da criançada e se diz triste em perceber que, hoje, a diversão dos jovens já não é mais a mesma.

Apelidada de ‘a cidade dos barzinhos’, sem dúvida a diversão da cidade já não é a mesma de 70 anos atrás. “O melhor de BH é sentar em um barzinho da Savassi com os amigos e terminar a noite em uma boate”, afirma o publicitário Daniel Faria, 23 anos. Apesar das inúmeras opções para os boêmios, algumas praças, assim como no passado, ainda são pontos de encontro da galera jovem. “Aqui vem gente de todo tipo: punk, hippie, skatistas e até patricinhas. Rola droga sim, mas a galera é tranqüila e fica cada um na sua. Eu venho aqui sempre com meus amigos tocar violão e bater papo”, diz o estudante Thiago Oliveira Gonçalves, 17 anos, que prefere freqüentar a Praça da Liberdade nas noites belo horizontinas a ir para os barzinhos.

O chamado ‘Circuito Alternativo’ está em moda atualmente. A capital mineira não está fora de moda e, assim, oferece diversas opções para o chamado público ‘cult’ que procura ambientes culturais em suas horas de lazer e descanso. Há, por exemplo, três salas de cinema que exibem filmes que estão fora dos catálogos das superproduções cinematográficas. Para o bancário Fernando Menezes Nogueira, 29 anos, não há programa melhor que ir à uma dessas salas. “Aqui no Belas-Artes você encontra um ambiente agradável para um café ou até mesmo um chopp, uma livraria com excelentes títulos além dos melhores filmes. Minha vida profissional é extremamente agitada e faço questão de reservar ao menos dois dias do mês para vir aqui relaxar um pouco”, relata.

O centro da cidade já não possui os frondosos fícus da década de 20 e pouquíssimas casas têm alguma árvore frutífera como recorda o senhor Augusto Antônio dos Anjos. Porém, há ainda muita área verde preservada. Na região sul da cidade, ao pé da Serra do Curral que circunda a capital, se encontra o Parque das Mangabeiras. Trata-se da maior área verde da cidade, com 337 hectares de mata nativa, fauna e flora diversificada e muita água. “Estou impressionado com este lugar. Moro aqui há anos e jamais estive neste Parque. É muito bom saber que a cidade ainda consegue manter uma área verde como esta tão bem preservada. A partir de hoje, pretendo trazer meus filhos aqui mais vezes”, comenta o contador Alisson Oliveira Silva, 34 anos, pai de Lucas e Filipe, 5 e 9 anos respectivamente, que aproveitou seu dia de folga para passear com os filhos.

Outra área verde da cidade é a Lagoa da Pampulha que também possui obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer. Apesar de artificial, a Lagoa possui um lindo espelho de água e é muito freqüentada, não só pelos ciclistas que encontram uma extensa ciclovia como pelos amantes do futebol, uma vez que o estádio Governador Magalhães Pinto, conhecido como ‘Mineirão’, está localizado ao lado da lagoa. Para os estudantes Luciana Magalhães de Freitas, 22 anos, e Breno Moreira Costa, 27 anos, a Lagoa é um ótimo local para passar as tardes. “Moramos próximos daqui e adoramos caminhar às margens da lagoa e tomar água de côco em frente à igrejinha”, diz Breno. “A lagoa tem um significado especial para nós: foi aqui começamos a namorar há quatro anos”, acrescenta Luciana.

“Quem te conhece não esquece jamais”, diz o hino de Minas Gerais. O engenheiro italiano Mauro Busca, 63 anos, ratifica esta afirmativa. “Vim ao Brasil pela primeira vez em 94 para realizar um trabalho para uma empresa do grupo FIAT. Me encantei por Belo Horizonte e jamais a esqueci. Sempre que retorno à Europa, fico ansioso pelo meu regresso à Minas Gerais”, declara.



Praça da Liberdade



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