17.5.06

04/01/2006



Fragmentos soltos. Nada mais que devaneios....

Alguns amigos me convidaram a fazer um curso de teatro. Sempre me interessei pelas artes cênicas, mas acho que não tenho o dom de encenar. Assim como não o tenho para a música, minha maior frustração.

Sou um grande amante. Infiel, confesso. Mas amante. Apaixonado, sempre. Réu condenado a amar, a contemplar a beleza, que encontro rua a fora, anonimamente. Um amante anônimo sim. Não ouso assinar minhas paixões. Não porque não possam se tornar públicas. Pelo contrário. Sou ciumento. Guardo-as somente para mim.

Um pierrô arremessa seus malabares. Seus olhos embotados de paixão. Para o respeitável público que o assiste, a paixão revelada em seus olhos é pelos malabares, pela sua arte, pela sua platéia. Mal sabem eles que o que os olhos daquele artista revelam é o reflexo do que em seu peito se esconde. As colombinas que o inspiram, ninguém precisa saber.

Ouvindo:
O Circo (Orlando Morais)
Voz: Maria Bethânia

Quando a noite vem
Um verão assim
Abrem-se cortinas, varandas, janelas
Prazeres, jardins
Onze e meia alguém
Concentrado em mim
No espelho castanho dos olhos
Vê finalidades sem fins

Não lhe mostro todos os bichos
Que tenho de uma vez
Armo o circo com não mais
Do que uns cinco ou seis

Leão, camelo, garoto, acrobata
E não há luar
E os deuses gostam de se disfarçar

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