28.7.06

Déjá Vu


A festa estava linda. Muita bebida, comida e diversão. A música embalava paixões, selava amizades, potencializava a alegria. Ninguém esperava a chegada dos bárbaros. Intrusos atrozes que acabaram com a alegria dos que festejavam e mudaram, drasticamente, a vida daquelas pessoas.

Após a invasão, restaram apenas cinzas do vilarejo. E destroços das almas.

Porém, daquelas almas, os bárbaros não conseguiram furtar a esperança. Da coragem surgiu a força propulsora para se reerguerem e, em terra distante, retomarem o rumo de suas vidas. Os bárbaros venceram, mas não foram vitoriosos.

Uma belíssima carreira como professor universitário, filhos bem sucedidos, bem estar e status social. Resultado de uma vida de dedicação ao trabalho e aos estudos. O que mais poderia ele querer? Até a invasão, esse foi o sentido de sua vida.

Com a descoberta da doença, que determinava o fim próximo de sua vida, ele percebeu que jamais dedicou-se, como deveria, aos seus verdadeiros e valiosos bens: esposa e filhos. Precisou receber o decreto da morte para refletir sobre o rumo que dera à sua vida.

Já era tarde. Não havia mais tempo. Para evitar o sofrimento dos dias que se passavam lentos, ele antecipou a morte. Os bárbaros venceram. Ninguém foi vitorioso.

Inúmeras são as invasões bárbaras em nossa vida. Umas mais fortes, outras mais violentas, outras mais brandas. Seja como for, têm o poder de desconstrução. Derrubam valores, reformulam ideologias, abalam alicerces.

Vence o mais forte, sempre. Sai vitorioso aquele que não sucumbe, que não se desespera. Que é capaz de enxergar nas chamas o combustível para prosseguir. Que percebe na mudança forçada a oportunidade de progresso.

A arte imita a vida ou a vida imita a arte? Creio que seja a primeira alternativa. Se a vida imitasse a arte, a poética perderia o seu sentido. A arte sempre me faz pensar na vida, não o contrário.

"Déjá vu" ou “eterno retorno”? Não estou certo. Sei apenas que ambas experiências me assustam muito, tanto quanto as invasões bárbaras.

9 comentários:

Mah Caldeira disse...

Ah, Dani, sublime como sempre amigo!

A vida é um ciclo constante, e mesmo assim surpreendente!

Beijos!

(PS: Vou morar com a Lais, sabia?! rs)

Mah Caldeira disse...

Ah, Dani, sublime como sempre amigo!

A vida é um ciclo constante, e mesmo assim surpreendente!

Beijos!

(PS: Vou morar com a Lais, sabia?! rs)

Anônimo disse...

Em Matrix, o “deja vu” nada mais é que um bug no sistema; uma falha que acontece quando a realidade é reprogramada. Coincidência ou não, de forma transversa, sinaliza uma mudança de rumos, certamente involuntária, já que feita não pelo indivíduo, mas pelo “sistema”. Será que é a vida imitando a arte? Ou vice-versa? Se lá...

Diz-se que todo momento de crise é também momento de oportunidades. O negócio é saber aproveitar.

(Já ia começar a escrever coisas como “é das cinzas que surge a fênix”, mas achei melhor parar por aqui, pra não barangar ainda mais!)

Abração

Anônimo disse...

Em Matrix, o “deja vu” nada mais é que um bug no sistema; uma falha que acontece quando a realidade é reprogramada. Coincidência ou não, de forma transversa, sinaliza uma mudança de rumos, certamente involuntária, já que feita não pelo indivíduo, mas pelo “sistema”. Será que é a vida imitando a arte? Ou vice-versa? Se lá...

Diz-se que todo momento de crise é também momento de oportunidades. O negócio é saber aproveitar.

(Já ia começar a escrever coisas como “é das cinzas que surge a fênix”, mas achei melhor parar por aqui, pra não barangar ainda mais!)

Abração

Anônimo disse...

Em Matrix, o “deja vu” nada mais é que um bug no sistema; uma falha que acontece quando a realidade é reprogramada. Coincidência ou não, de forma transversa, sinaliza uma mudança de rumos, certamente involuntária, já que feita não pelo indivíduo, mas pelo “sistema”. Será a vida imitando a arte? Ou vice-versa? Sei lá!

Diz-se que todo momento de crise é também momento de oportunidades. O negócio é saber aproveitar.

(Já ia começar a escrever coisas como “é das cinzas que surge a fênix”, mas achei melhor parar por aqui, pra não barangar ainda mais!)

Abração!

Anônimo disse...

Assisti ontem à peça e pude compreender melhor o sentido do texto. Realmente muito bacana!

Anônimo disse...

Bem legal o texto!!

me lembra uma musica da pitty que tem o mesmo titulo do seu texto!!!

"Mas eu sinto q eu to viva, a cada banho de chuva, que chega molhando o meu corpo"

BJokas Dan

Anônimo disse...

Achei peça tão marcante que, neste post sobre ela, sou responsável por 2/3 dos comentários. Este último é só pra dar notícia da novidade. Clica aí!

Anônimo disse...

excelente o texto! esta de parabens! é sempre uma boa surpersa visitar teu blog cara! obrigado pela força sempre no meu blog!