A chuva tardou, mas chegou. Anunciada pelo cheiro único, caiu para deixar o solo úmido. O céu fez coro, e sem se fazer rogado, manteve-se alvo e claro. E no branco daquele céu chuvoso visualizei formas multicoloridas advindas do pensamento dos homens que também possuem múltiplas cores. E embalado pelo assobio do vento e pelo tilintar das gotas no chão, entreguei-me de braços abertos, peito nu e pés descalços àquele complexo líquido de força e mistério (de onde vêm estas águas?). De olhos fechados, senti próximo o calor de um corpo que, sabia, estaria em outro espaço (estaria sua alma próxima?). Permiti que chegasse mais perto e sussurrasse em meu ouvido qualquer verso. Reticente, não falou. Mas soprou-me o encanto da poesia metafísica (come chocolates, pois nada possui mais metafísica que chocolates – já bem disse Pessoa). Cantarolando qualquer dó-ré-mi, roguei aos céus por ti. Também não compreendi. Não sei de onde vieste, mas muito me interessa saber para onde segues (sabe quando o tom da pele te apetece?). Peço que releve a falta de métrica. A rima, sei que te implica. Mas por favor, peço não me a cobre em tréplica. Toda esta minha prosopopéia é apenas para dizer que enquanto chovia eu dançava e cantava e desejava junto a ti escrever uma história épica.
15.9.08
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7 comentários:
Sem palavras...
Mas ao mesmo tempo, uma vontade de sentir isso...
Bjossssss
Ah! Amotêee..
Banho de chuva é o que há!!!!!!
Com as palavras vc brinca e transforma o mundo preto e branco num mundo multicolorido.
Pedrosa
A pergunta é a mesma de sempre: Rolou identificação?
Rolou, sempre rola. Neste texto inclusive, mais do que em qualquer outro.
Porque texto que desperta sentimentos, bons ou ruins, é texto bom. No aguardo do próximo.
Abraços!
Que lindeza :)
Agora sim fez-se a concisão. Estamos chegando lá!
E fiquei de mentirosa, né.... aff
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