Voltei ontem de uma viagem inesquecível. Levei uma mala pesada, repleta de ansiedade e expectativa. Trouxe de volta uma alma leve e feliz. Fui marcado por sentimentos nobres, que sempre almejei experimentar. Voltei com a certeza de que se é possível sim conhecer alguém que seja capaz de lhe completar de alguma forma.
Cicatriz
De volta ao mundo (sur)real, tive um dia tenso. Marcado por encontros e desencontros, permeados por longas conversas e insuportáveis silêncios. Nada pior que o sentimento de culpa, que deixa cicatriz difícil de desaparecer. A culpa culminou em uma angústia sufocante. Várias vezes, inclusive na manhã de hoje, tentei dizer FODA-SE, mas não consigo ignorar os meus sentimentos, menos ainda desconsiderar os de quem tanto quero bem. Espero aprender a lidar melhor com essas situações...
Autógrafo
A caminho do trabalho hoje, um pedreiro, bêbado, sentou-se ao meu lado no ônibus e logo veio puxando papo. Eu não estava muito disposto à prosa, mas meus pensamentos me consumiam tanto que resolvi dar atenção ao pobre coitado, para tentar me distrair um pouco. Ele reclamava as mãos calejadas após dezoito anos de trabalho pesado na construção civil. Disse-me sonhar que seus filhos tenham melhores oportunidades que ele, e que jamais trabalhem com o mesmo ofício. Nisso, toca meu celular. Era a âncora da emissora onde trabalho. A cumprimentei pelo nome (que é exótico e bem conhecido) e logo avisei ter acabado de ver um taxista sendo preso no centro, fato que deveria ser checado. Encerrada a ligação, o pedreiro, afoito, me pergunta quase aos gritos "Você é da imprensa? Caaara... Eu nunca conheci ninguém da imprensa". Tentei dizer a ele que ainda não sou formado, que sou apenas um aspira, mas o cara tava emocionadíssimo! Começou a falar ainda mais dos filhos, e que vai tentar fazer com que um deles seja jornalista. E começou a me encher de perguntas, inclusive em qual emissora eu trabalho... No final das contas, o cara me IMPLOROU um autógrafo. Eu dizia "meu amigo, eu não sou famoso, ninguém me conhece, meu nome é comum... Não faz sentido eu te dar autógrafo". Nisso meu interlocutor retruca. "Por favor... eu quero muito mostrar para meus filhos que conheci um jornalista. Escreve aí qualquer palavra de incentivo pra eles, por favor". Atendi ao pedido: "Para os filhos de José desejo que voem longe usando as asas da leitura. Daniel Silveira". Espero que, realmente, meu autógrafo (aHAUhaUhauAHuaHauhA) possa inspirar os pequenos a ter melhores perspectivas de vida!
Um comentário:
William Bonner que se cuide...
Hehehehe!
Abs.
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